domingo, 23 de fevereiro de 2014

É melhor que inteligência artificial não seja tão humana, diz cientista da IBM

A relação de Theodore e Samantha, nome dado à voz feminina do OS (interpretada por Scarlett Johansson), se passa em uma Los Angeles do futuro, mas de um futuro que não parece tão distante assim. Convidado pelo iG para analisar o filme após uma sessão de cinema, Fabio Gandour, cientista-chefe do laboratório de pesquisas da IBM no Brasil, espera que os programas do futuro não tenham tantos sentimentos humanos como Samantha: “É melhor que não tenham”, alerta Gandour. E sobre as inovações tecnológicas, avisa, a humanidade está caminhando para algo bem próximo do que se vê em "Ela".
Para Gandour, “Ela” é um contraponto a outro filme bastante conhecido de Spike Jonze, “Quero Ser John Malkovich”, em que uma pessoa é transformada em máquina. “Nesse filme [Ela], Jonze faz o caminho contrário, é a tecnologia antropomorfizada, ou seja, a tecnologia que fica com forma de gente. O próprio fabricante empurra a tecnologia nessa direção. Mas por quê? Para criar um vínculo afetivo”. São os vínculo afetivos, alguns mais fortes e outros menos, que conectam humanos a outros seres humanos e que ligam Theodore, frágil desde a separação, à divertida Samantha.
“Ela não desenvolve sentimentos, ela adota comportamentos induzidos pelo comportamento dele e pelas demandas dele. A Amy [amiga de Theodore vivida por Amy Adams], por exemplo, queria uma amiga, não um namorado, pois ela estava muito próxima de uma ruptura, diferente dele, que já cativava seu buraco, seu vazio existencial. O sistema não desenvolve um sentimento, ele aprende a dar uma reposta adequada para o seu usuário, e quanto mais o usuário usa, mais adequada será essa resposta. Ela está no controle do relacionamento deles. Ela, enquanto programa que aprende, incentiva ações que provocam reações”, afirma Gandour.Na opinião de Gandour, essa antropomorfização já existe em nossos smartphones, no quais carregamos fotos de nossos parentes e até de cachorros, seres com os quais temos vínculos afetivos. Em Ela, é do cliente a primeira escolha de antropomorfização do sistema operacional. É Theodore que opta por dar uma voz feminina ao seu OS.
http://tecnologia.ig.com.br/especial/2014-02-20/e-melhor-que-inteligencia-artificial-nao-seja-tao-humana-diz-cientista-da-ibm.htmlhttp://tecnologia.ig.com.br/especial/2014-02-20/e-melhor-que-inteligencia-artificial-nao-seja-tao-humana-diz-cientista-da-ibm.html

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