quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Artigo publicado no Jornal do Comércio de 23/2/2010

Os Governos e as Redes Sociais

Não é de hoje que as redes sociais vêm se tornando um dos principais, talvez o principal, meio de comunicação e relacionamento de milhões de pessoas em todo o mundo. Só nos Estados Unidos, na primeira semana de 2010, o número de usuários do Facebook já tinha ultrapassado a casa dos 100 milhões. Desta parcela, 40% têm menos de 25 anos de idade. É a geração Y trazendo irreversíveis mudanças no modo que as pessoas e as empresas se relacionam.

No Brasil, em setembro de 2009, o número de usuários do Facebook já havia ultrapassado os 5 milhões. Por enquanto, um número pouco expressivo se comparado ao número de usuários do ORKUT por aqui, que no mesmo mês já era de 26 milhões. O Twitter, na mesma época, tinha 9,2 milhões de usuários.

Esses números deixam claro que uma parcela muito relevante da população já utiliza as Redes Sociais para se informar, para formar opiniões, e para influenciar tantas outras...Independente da ferramenta que se prefira, esse é um caminho sem volta. É impossível falarmos em atitudes de comunicação inovadoras hoje, tanto nas empresas quanto nos governos, sem considerarmos essas alternativas como uma premissa.

Ignorar esses fatos é assumir uma postura de contramão da história. Faço aqui coro com o pioneiro Roberto Agune, cuja experiência de implantação das Redes Sociais no governo do Estado de São Paulo lhe chancela a cunhar a seguinte afirmação: “A Sociedade já decidiu participar das Redes Sociais e se relacionar através delas, e os Governos devem estar aonde a Sociedade está.”

A questão fundamental aqui é que esta decisão impõe o confronto de alguns paradigmas. Talvez o principal deles seja a natural preocupação dos gestores de rede dos diversos órgãos com a segurança das mesmas. O medo de abrir novos pontos de vulnerabilidade nas redes tem sido, até o momento, um argumento preponderante para que os Governos ainda estejam engatinhando nessas ferramentas. Outro paradigma é o temor dos gestores de que a liberação destes dispositivos possa impactar na produtividade das equipes. Em ambos os casos, são temores justos e devem ser considerados com todo o cuidado e respeito.

De qualquer forma, e como regra em todo processo inovador, esses são temores que deverão ser enfrentados. A participação ativa dos Governos nas Redes Sociais é uma necessidade irrevogável. É questão de tempo para que estas ferramentas se tornem dispositivos preponderantes de comunicação empresarial. Quem não tiver avaliado esse assunto antes, será instado a fazê-lo por força das circunstâncias e das pressões que a própria sociedade fará. Não podemos esquecer que, num futuro breve, os representantes da geração Y estarão ocupando posições relevantes no mercado de trabalho e tratarão essas questões como pressupostos.

As Entidades Estaduais de TIC têm hoje uma oportunidade única: a de serem protagonistas desta inovação em seus respectivos Estados. É necessário, porém, que elas o façam de forma célere, pois as redes sociais avançam rápido. Assumir a frente deste assunto pode ser inclusive um modo de aproximar as empresas de seus clientes.

Se esse esforço ocorrer de forma concomitante, teremos ainda a oportunidade de trocarmos experiências e de crescermos juntos, avaliando as diversas realidades e questões regionais, avançando em conjunto e somando aprendizado e conhecimento, esforço que certamente abrirá portas importantes para os novos avanços que o futuro nos exigirá, cada vez mais rápido.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Artigo publicado na Zero Hora de 23 de janeiro de 2010

Inclusão digital e qualidade de vida

Em uma época em que tempo transcende dinheiro – pois significa a tão almejada qualidade de vida –, todas as iniciativas que levam à inclusão digital e à agilidade na resolução dos problemas são muito bem-vindas. E o Centro de Soluções em Governo Eletrônico, mais conhecido como Procergs ao longo de seus 37 anos de existência, é uma referência nacional no desenvolvimento de produtos e serviços em tecnologia da informação e de comunicações para a inovação no serviço público. Na prática, esse trabalho se traduz em mais de 700 programas de governo eletrônico que favorecem a sociedade, como o Remédio em Casa, destinado aos usuários do Sistema Único de Saúde com mais de 60 anos; o portal Emprega Rio Grande do Sul, que estabelece, sem custos, a ligação entre candidatos a emprego e empresários; e a Nota Fiscal Eletrônica, uma alteração na sistemática de emissão de nota fiscal, do papel para a eletrônica, que foi além das fronteiras gaúchas. Atualmente, são 14 Estados atendidos, configurando-se em um caso de sucesso em e-Gov.

A partir de mudanças estruturais, como a valorização dos Conselhos de Administração e Fiscal, da proximidade com a Secretaria da Fazenda e do ajuste fiscal conquistado pelo governo estadual, a Procergs apresentou melhores condições de negociação aos fornecedores e repassou as vantagens aos clientes, destinando recursos para infraestrutura e novos equipamentos. Assim, foi possível dar mais brilho aos indicadores e dimensão aos investimentos, que aumentaram de R$ 6,3 milhões em 2007 para R$ 15 milhões em 2009. O resultado levou a 32% de redução nos preços dos contratos. Para 2010, a previsão é de investir R$ 24 milhões.

Da mesma forma que qualificou o seu quadro de pessoal a fim de proporcionar as ferramentas para a eficiência, a Procergs, quando necessário, buscou fora do Rio Grande do Sul experiências bem-sucedidas a fim de adequá-las à realidade local.

Os quase mil colaboradores acreditam que a continuidade deste estimulante cenário está alicerçada na prática de uma gestão sustentável e na capacidade de perceber e agir de uma maneira simples, preservando o foco, imprimindo dedicação e fomentando a força da equipe. Com esse norte, serão gerados benefícios ao cidadão, que, democraticamente, poderá ter a resolução nas questões cotidianas e dedicar mais tempo a si mesmo e à família, vivendo mais e melhor.